Cecília Meireles (1901-1964)
O espelho da
existência reflete a história de vidas que o tempo não pode apagar. É perscrutar
o íntimo daquilo que outrora fora e contemplar o futuro que um dia será. Com
certeza, isto nos faz repensar sobre as palavras que se tem escrito na autobiografia
da vivência. Sendo assim, a vida é feita de decisões, onde erros e acertos são
duas faces de uma mesma moeda. Ao final, as lagrimas que rolam no rosto sofrido
encontram nos lábios o sorriso perdido.
Ousar viver é
redescobrir em cada manhã a oportunidade de chegar mais alto. É aventurar-se na
selva das vivências e decodificar o mapa do tesouro de se estar vivo. É atrever-se
há decifrar o tempo e ser protagonista da comédia chamada vida. De nada adianta
construir casulos na tentativa de se proteger dos perigos de se estar vivo. Estar
vivo é o maior risco que há.
A classe educacional chamada vida é
definitivamente uma grande comédia. Por esta razão, os problemas do passado
algumas vezes são as soluções do futuro. Os erros do pretérito, às vezes, se
tornam em uma agradável rotina do presente. Os absurdos que aconteceram ontem
podem se tornar normal amanhã. Por isto, é sábio olhar para trás, e avaliar a
tortuosidade de nossas pegadas.
Desde o amanhecer até o sol se pôr, a
escola da vida está de portas abertas para ensinar lições que o tempo insiste
em não esquecer. Os anos passam, e, então, revelam os maiores paradoxos da
existência humana: coragem e estupidez, ousadia e covardia, força e fraqueza. E
é neste hilário abismo existencial do contraditório que se perceber que na
jornada da vida os contra-sensos caminham de mãos dadas. Bem vindo à vida...
Assim e simplesmente,
Vinicius Seabra | vs.seabra@gmail.com
[escrito em 05 de Agosto de 2004]